Não bastasse a publicação, no último dia 22, do edital de abertura do concurso do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional de Câncer (Inca) sem o cronograma e o conteúdo programático, os interessados em participar da seleção para os dois órgãos voltaram a ter as suas expectativas frustradas. Embora estivessem prometidos para o último dia 5, o calendário e o programa do concurso não foram publicados. O motivo do atraso não foi informado. O episódio gerou a insatisfação dos candidatos em potencial, que reclamaram por meio da internet. Os protestos, porém, foram direcionados explicitamente apenas à organizadora do concurso, a Funcab. A fundação já teve problemas em outras seleções, como, por exemplo, a da Polícia Rodoviária Federal (PRF), realizada este ano.
Em um fórum sobre concursos públicos, um usuário convocou os demais a enviarem denúncias ao Ministério Público. “Quando começa assim, pode ter certeza que as demais fases vão ser piores”, justificou. Um segundo usuário, que disse já ter apresentado denúncia, também taxou de descaso a não divulgação do cronograma e do conteúdo programático e ironizou a falta de previsão para que isso aconteça. “Estão de brincadeira. Pensem no resultado final sem previsão, em contratação sem previsão. Uma legítima vergonha.” O internauta alegou que não há motivos para o atraso na divulgação dos conteúdos ainda desconhecidos, uma vez que a organizadora já havia sido escolhida muito antes de sua oficialização, além de já terem se passado mais de 15 dias da publicação do edital de abertura.
Segundo informações concedidas pelo próprio Inca, no decorrer da preparação do concurso, o processo para a contratação da organizadora escolhida foi encaminhado para análise da Consultoria Jurídica do Ministério da Saúde em 16 de maio deste ano, mais de dois meses antes do término do prazo para a divulgação do edital (no último dia 22, quando o documento foi divulgado) e quase três meses até o presente momento.
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