Estudar,
comer. Estudar, dormir. Acordar para estudar. Tempo escasso para se divertir e
até mesmo descansar. Eis a rotina conhecida de todo concurseiro típico que, em
meio a livros, cadernos e anotações, ainda convive com a pressão e a angústia
pela aprovação. Fatores que só aumentam a cada minuto, conforme se aproxima o
dia da prova. Sentimentos naturais, sem dúvida. Mas que, quando não
controlados, podem se revelar adversários internos que, no momento crucial,
podem atrapalhar o desempenho e colocar em xeque toda a preparação. Fazer a
sonhada aprovação escorrer por entre os dedos, ir por água abaixo. Para baixar
o nível de estresse no dia da prova, a consultora em concursos públicos Lia
Salgado indica a prática de atividade aeróbica durante toda a preparação.
"Ela ajuda a controlar os níveis de estresse e também produz
neurotransmissores, o que é excelente", justifica. Diminuir o ritmo de
estudos na última semana também é recomendação da consultora. "Utilize
esse tempo apenas para as revisões finais e memorização de detalhes, como
fórmulas e prazos", aconselha.
Na
véspera, o candidato deve se organizar para a prova. Deixar para o próprio dia
a separação de documentos e materiais é um risco que não pode ser
experimentado. Concurseira experiente e aprovada em três concursos para a área
jurídica do Estado do Rio de Janeiro, o último para analista processual do
Ministério Público, Débora Alves de Oliveira faz um alerta neste sentido.
"Na véspera da prova é hora de organizar tudo que será necessário:
documentação, lanche, comprovante de inscrição...", enumera. Sem esse
cuidado, o risco de alguma coisa falhar na hora da avaliação aumenta. Foi o que
aconteceu com Vinicius Augusto Henrique, policial civil que, quando foi fazer o
teste físico para ingressar na instituição, esqueceu o exame médico. Um parente
precisou se deslocar cerca de 30 km para levar o documento a tempo.
Uma
boa noite de sono no dia anterior também é fundamental. Muitas vezes, a insônia
prejudica o candidato. Carine Salvaterra, professora de Educação Física de 28
anos, dormiu bem no meio do vestibular. "Eu lembro que fui fazer a prova e
as questões de História continham textos gigantes. Apaguei e acordei com uma
candidata olhando pra mim", se diverte ela, hoje. Para evitar situações
peculiares como essa, Lia Salgado recomenda beber um chá natural e fazer
respirações pausadas e profundas na hora de dormir. Mas recorrer a remédios, do
tipo tranquilizantes, nem pensar. "São perigosos. Ainda mais em véspera de
prova, já que o candidato precisará estar com o cérebro em excelente
desempenho", atesta.
O auge do nervosismo
é o momento da prova. Enquanto estiver fazendo as questões, Lia recomenda o
consumo de carboidrato a cada três horas, o que ajuda a manter o cérebro ativo.
"O candidato deverá levar barra de cereais, frutas ou biscoitos para a
sala, desde que não haja proibições indicadas no edital", afirma. E para
administrar o tempo para responder às questões, motivo de desespero de muitos,
a especialista ensina que a ordem de respostas das disciplinas deverá ser
escolhida na semana anterior, e não em cima da hora. "É preciso reservar
30 minutos, aproximadamente, para a marcação do cartão-resposta. Feito isso, o
candidato pode dividir o tempo que restou pelo número de questões que haverá em
cada disciplina, observando as questões com cálculo, que costumam ocupar mais
tempo. Por fim, reservar 15 minutos como uma espécie de coringa, para qualquer
eventualidade".
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